Ser feliz em um relacionamento exige dedicação. Ou seja, é preciso ter muita empatia e ser capaz de abrir mão de muitas coisas. Isso significa que “ganhar uma discussão” poderá te levar a criar mágoas futuras, portanto, dedique-se a criar um relacionamento equilibrado e saudável, ao invés de procurar estar sempre certo.
A vida a dois poderia ser menos estressante, por exemplo, se, ao invés de ter razão, ambos focassem na felicidade. Para que isso aconteça, é preciso abrir mão de muitas coisas, prestar mais atenção no outro e dedicar tempo para o relacionamento.
Sobre este assunto, o que você acha? Você prefere estar certo ou ser feliz?
Um estudo da Universidade de Aucklando, que fica na Nova Zelândia, tentou responder à essa questão. Enquanto o marido sabia do estudo, sua mulher não tinha ciência do que seria feito.
A postura do homem, então, foi a de tentar ser feliz no relacionamento, concordando mais com sua mulher e atendendo a seus pedidos, sem reclamar. A qualidade de vida dos dois foi medida em uma escala de 1 a 10, em que 10 representa a melhor pontuação, e 1, a pior.
A qualidade de vida do homem foi de um 10 inicial, para 3, em 12 dias, ao adotar uma postura de concordar mais com a mulher. Já a pontuação dela subiu, ligeiramente, de 8 para 8,5.
As nossas escolhas nos levam a que lugar? O que é mais importante para nós? Por que sentimos tanto a necessidade de ter razão? Pensando nessas perguntas, é possível dizer que diminuir esse desejo, educando nosso cérebro, é viável, para sermos mais felizes.
Para o nosso cérebro, estarmos errados nos representa uma ameaça. Isso porque, a partir daí, sentimos medo, estresse e desconfiança, fazendo com que a amígdala seja ativada, que é a área do cérebro responsável pela resposta de luta ou fuga.
Então, o cortisol, conhecido como “hormônio do estresse”, inunda o seu cérebro, e o lobo frontal, que controla as funções que nos auxiliam para sermos mais civilizados, e que nos faz ter mais empatia e compaixão, se fecha.
Os pesquisadores Jonas T. Kaplan, Sarah I. Gimbel e Sam Harris publicaram, em 2016, um estudo na revista Nature, que mostravam as áreas do cérebro ativadas, quando as pessoas envolvidas eram contrariadas politicamente.
Quem era mais resistente a ideias contrárias as suas, tinha uma atividade maior na amígdala e no córtex insular. Então, se seu corpo escolhe se proteger, logo, isso significa que seu cérebro tenta evitar qualquer humilhação, constrangimento ou situação em que você esteja errado.
"Parece que estar certo é uma causa de felicidade, e concordar com o que se discorda é uma causa de infelicidade," analisam os autores. "Os resultados desta avaliação mostram que a disponibilidade desenfreada de poder sem contestação afeta, negativamente, a qualidade de vida das pessoas, no lado receptivo."
Eles concluem: "Acreditamos ser prejudicial para um parceiro concordar sempre com o outro. No entanto, são necessárias mais pesquisas, para ver se nossos resultados se mantêm, no caso de ser o homem quem tem sempre razão."
Desistir de ter razão é ter a mente aberta, nos levando a uma vida mais feliz e pacífica, além de nos proporcionar a oportunidade de crescer e aprender. Não ter a necessidade de estar certo pode te tornar mais humilde e um melhor ouvinte.
Ainda, uma pessoa que não tem como valor “sempre estar certo” pode viver com menos medo de cometer erros, rindo com mais facilidade de si mesmo. Estando seguro de si, você não terá a necessidade de sempre ter razão.
Algumas atitudes podem te ajudar a alcançar a felicidade:
Esfrie-se – é isso mesmo. Quando os seus ânimos se aquecerem, esfrie-se. Treine o seu controle emocional e aprenda a se acalmar, para evitar mágoas futuras.
Freie a língua – não diga coisas que você possa se arrepender, futuramente. Pense, antes de falar.
Evite se vingar e causar feridas - sábio é viver de acordo com o que disse Thomas Jefferson, certa vez: “Nada dá mais vantagem a uma pessoa sobre a outra, do que permanecer calma e impávida, em todas as circunstâncias”.
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